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Casamento: uma decisão que afeta o mundo todo

O casamento é tratado no judaísmo como algo sagrado. Tão sagrado que é feito um contrato chamado ketuba que dá as condições em como o marido deve se responsabilizar por sua esposa. Assumir este compromisso requer responsabilidade e sobretudo escolha certa. Mas como fazer a escolha certa? Primeiramente temos que buscar a outra metade em um ambiente que seja adequado. Mas o que seria um ambiente adequado? Um ambiente adequado é um ambiente judaico. Somente num ambiente judaico é onde posso ter a certeza de que poderei encontrar alguém compatível para mim. É nesta etapa que devo tomar cuidado com ambientes que supostamente poderão trazer obstáculos e dificuldades futuras para que eu possa encontrar a pessoa certa para constituir um verdadeiro lar judaico. Agora que sei onde posso encontrar a pessoa amada, devo fazer este esforço para que eu possa aceitar algumas regras: como estar aberto as possibilidades que vão surgir e muitas vezes poderão ir além da embalagem como aparência, idade, e outras condições limitantes que poderão dificultar a minha escolha neste momento. Agora que estou preparado, o próximo passo é ser flexível e receptivo a conhecer pessoas até o momento em que perceber algo diferente. O que seria este algo diferente? Seria um sinal de que podemos seguir en frente pois senti nesta pessoa algo especial que nao havia experimentado antes. Aceitar este sentimento subjetivo que vem da intuição faz com que eu possa então começar um investimento mais seguro pois sei que os obstáculos que vierem a surgir serão superados e esta certeza vai brotar do amor, respeito e admiração que será construído como um verdadeiro edifício perpétuo onde os tijolos serão colocados com cuidado um por um.

Mas como tudo tem o outro lado. Desde que Adão e Eva desobedeceram o decreto divino e foram expulsos do paraíso, o bem e o mal que antes eram separados agora ficaram entrelaçados travando internamente uma batalha entre certo e errado, bondade e severidade, egoísmo e altruísmo, amor e dor. Superar esta batalha interna fazendo o lado bom vencer a inclinação para o mal e fazer o outro feliz é o que garante não só o sucesso no casamento mas a garantia de que esta união será entre o casal e D’us. A presença divina (Shechina) só participa desta união quando o casamento é verdadeiramente judaico e quando o casal faz um esforço de manter o ambiente saudável e agradável para conviver um com o outro. Qual seria este ambiente? Um ambiente onde haja mais elogios que críticas, que gere felicidade ao dar alegria ao outro e onde haja uma genuína vontade do casal que dê certo, além de um respeito pelo outro maior que o amor entre eles. Pois é o respeito e a admiração que disciplinarão o amor e assim o sucesso estará garantido.

A Tora conta que o patriarca Yaacov trabalhou sete anos para desposar sua amada Rachel e disse que este tempo passou muito rápido de tão grande que era este amor por ela. O simples fato de Rachel existir era razão suficiente para que Yaacov se sentisse feliz.

O Rebe de Lubavitch ensinava que o amor significa “não poder viver sem o outro”. Arranjado nos Céus, quando uma alma nasce já está destinada a outra mas isto literalmente não ocorre se ficarmos em casa esperando a outra metade sem fazer nada. Devemos buscar como falamos no inicio deste artigo com afinco. Pois quando fazemos nossa parte D’us faz com que as coisas naturalmente aconteçam. E quando este grande milagre acontece é uma alma completando a outra. Na verdade é a mesma alma em dois corpos diferentes que se unem sob a Chupá.

E quando isto ocorre é um verdadeiro casamento judaico onde esta decisão afetará positivamente gerações futuras e graças a estas decisões certas estou aqui hoje escrevendo este artigo pra vocês e vocês estão aí lendo também graças aos nossos antepassados que se esforçaram tanto em manter o judaísmo vivo até nossos dias e por todo tempo mudando o mundo com suas ações, transformando-o num lugar melhor de se viver, numa verdadeira morada para D’us. Pense nisto!

Escrito por Cláudia Moscovich